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12 de dez. de 2014

Admiração e Ceticismo

Me lembro de um texto de Carl Sagan (mas não me lembro agora qual), onde ele falava sobre a admiração e o ceticismo como sentimentos imprescindíveis a um cientista. A admiração pelo objeto de estudo leva o indivíduo a buscar a ciência. O ceticismo o segura no chão, e não o deixa se perder nessa admiração.

Penso que esse comportamento é importante em qualquer ramo das ciências, seja naturais, humanas, exatas, pseudociências, e até mesmo outras áreas do conhecimento: as tecnologias, as linguagens, as artes, a filosofia.

Digo isso porque, recentemente me aproximei pela primeira vez de uma certa ciência (que não vou citar o nome pra não ofender a dita) e, diante da minha dificuldade de entender um discurso de algo que parece tão simples, comecei a suspeitar de que há nos estudiosos da área uma grande admiração por ela, mas pouco ceticismo quanto ao seu modo de fazer as coisas. E isso me fez lembrar do meu irmão que a vida inteira tentou aprender a teoria musical, mas nunca conseguiu, porque sempre contestou o sistema, não aceitando, por exemplo, que haja 7 teclas brancas e 5 pretas dentro da escala e não 12 notas iguais. O caso dele é de muito ceticismo e pouca admiração, oposto ao da ciência que mencionei.

Entendo que a admiração leva o indivíduo ao bom domínio da área. O ceticismo, no entanto, pode levá-lo ainda mais longe, podendo superar os limites.

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