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4 de mar. de 2010

Dando uma limpa no meu PC


O texto abaixo é uma redação que escrevi na faculdade em 2003 e que encontrei essa semana nas minhas bagunças. Apesar das coisas terem mudado de lá pra cá e eu ter amadurecido como profissional do design, gostei do que encontrei nele. Hoje me parece bem escrito e consigo enxergar nele um zigoto do meu projeto de graduação. Considero interessante pra quem queira entender um pouco a minha visão a respeito do assunto. Segue:

Como vejo o mercado de trabalho

Minha visão do mercado de trabalho não é particularmente minha, mas é fruto de um vasto repertório de visões de professores e colegas. Devido a meu superficial contato com esse mercado, o que tenho a apresentar são especulações e análises baseadas em afirmações alheias, estando presentes, no entanto, alguns poucos frutos de minha própria experiência.

Dentro do contexto capixaba e, principalmente, na região metropolitana de Vitória, é restrito o número de pessoas que entende o significado da palavra design da maneira que deseja o profissional da área. Design está mais associado a normas e padrões estéticos de produtos gerais do que a metodologias e linguagens projetuais de produção em escala. Não apenas entre o senso comum como também em grande parte do meio médio e micro empresarial, o termo design lembra mais o modelo charmoso do carro do ano ou as cores bonitinhas de uma determinada homepage na internet do que o trabalho racional de pesquisa e sistematização da produção. Na visão desse grupo, o designer é menos o profissional que se contextualiza, analisa, projeta, viabiliza e acompanha a produção do que o artista brilhante capaz de gerar situações estéticas mirabolantes.

Aliado a isso, falta ao cliente em potencial a visão da necessidade de que, para ganhar o mercado nacional (e mesmo o local), é importante planejar o conceito e a imagem de seu produto e que, para isso, não basta uma simples campanha publicitária, mas uma construção filosófica, estética e conceitual mais ampla. O desconhecimento do verdadeiro papel do designer implica automaticamente essa falta de visão.

Dentro desse contexto, o profissional do design no Espírito Santo ainda não se afirmou como tal. Embora se apóie numa minoria conhecedora de seu papel e se sustente em sua pouca demanda, o designer capixaba luta para mostrar-se útil, necessário e eficiente num meio dominado por amadores e profissionais despreparados. Cabe a ele, dentro de sua própria metodologia de trabalho, encontrar uma forma de impor sua presença e conscientizar o mercado de sua importância.

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